segunda-feira, 16 de junho de 2014

FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: Tema - JUSTIÇA

                 Falar sobre JUSTIÇA no mundo em que vivemos, é um grande desafio. Nossas mídias sedentas, enchem nossos pequenos com informações desencontradas, onde o justo parece ser injusto e vice versa. Se uma mente adulta se perde diante de tanta informação, pense nas mentes que estão se formando.
                   Decidi iniciar o novo assunto, com uma contação de história. Escolhi "A MENINA E A FIGUEIRA", que pode ser encontrada também com o título "A MENINA DOS CABELOS DE CAPIM", Optei pela leitura de Ana Maria Machado, e transformei a história no momento da contação.
                                            A menina e Figueira

Era uma vez, um senhor viúvo, que tinha uma filha muito bonita, com os cabelos longos e da cor do ouro. Sua mãe em vida, penteava e cuidava dos seus cabelos como se realmente fossem fios de ouro. Na vizinhança morava uma moça que queria se casar com o pai da menina e, por isso, fazia-lhe tantos agrados, que ela chegou ao pai e lhe disse: - Meu pai, por que você não se casa com a vizinha? Ela é tão boa para mim! Todos os dias quando vou a sua casa, ela me dá pão com mel. - Minha filha, quando ela se casar comigo, lhe dará pão com fel. Mas a menina não acreditava, e tais agrados a moça lhe fez que o pai acabou se casando com ela. Depois do casamento, a madrasta começou a maltratar a menina, castigando-a pela falta mais insignificante. O marido tinha no jardim uma enorme figueira, e a pequena era obrigada a vigiá-la o dia todo, para que os passarinhos - seus amigos - não comessem os figos e quando isto acontecia, a madrasta batia-lhe sem piedade. Aconteceu, um dia, que os pássaros comeram os figos, e tendo viajado o marido, a madrasta enterrou a menina num capinzal que havia no jardim. No dia seguinte, o marido chegou e procurou a filha; a madrasta disse-lhe que havia desaparecido. Mais tarde, o jardineiro foi cortar capim para dar ao cavalo e ao passar a foice no capim, ouviu este canto triste e se pôs a escutar: Jardineiro de meu pai Não me corte os meus cabelos, Minha mãe me penteou, minha madrasta me enterrou, Pelos figos da figueira que o passarinho bicou. Xô passarinho, xô passarinho, da figueira de meu pai. Então o jardineiro foi contar ao patrão o que acabara de ouvir. Este foi ao capinzal, mandou o jardineiro passar a foice no capim, e novamente ouviram o canto. Reconhecendo a voz da filha, mandou o jardineiro cavar a terra e, encontrando a menina ainda com vida, levou-a para casa. Botou a mulher para fora e não quis mais saber dela ficando só com a filha.
FONTE:http://discontosdefadas.blogspot.com.br/2009/05/menina-e-figueira.html

ILUSTRAÇÃO DOS ESTUDANTES




                    Após a contação, que devo adiantar foi o maior sucesso, pedi aos estudantes que colassem em seus cadernos o símbolo da Justiça, explanei sobre o símbolo e em seguida, a nossa primeira atividade. Julgar a madrasta com JUSTIÇA.


É extremamente necessário que se faça um diálogo paciente com todos os estudantes sobre a resposta da atividade anterior. Muitos estudantes tem uma ideia errônea de justiça, confundindo a mesma com Vingança. E infelizmente, vivemos uma onda de “JUSTIÇA PELAS PRÓPRIAS MÃOS”. A falta de punição está causando a sensação de que alguém tem que fazer alguma coisa. Nossos estudantes “antenados”, percebem e transmitem este pensamento.



JUSTIÇA NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM VINGANÇA




Primeiros e Segundos anos:

Após explicar aos estudantes o que é ser justo, o que compreende o esperado por um ser justo, pedir que eles elenquem adjetivos para este ser.
Em seguida, desenhar uma das mãos no caderno, e em conjunto, escrever nos dedos as características de um ser humano justo.
Os adjetivos devem ser escolhidos “pelos alunos”,o professor orienta ao pensar, mas o estudante deve ter a palavra final de escolha.

RESULTADO: 




Terceiros e Quartos anos

            Colocar exposto na sala, várias palavras indicativas de adjetivos humanos, qualidades comuns a qualquer pessoa, algumas delas não direcionadas ao um ser justo.
            Após explanação do que se espera de uma pessoa justa, pedir para que cada aluno escolha uma palavra que corresponda a uma qualidade que ele possui.
Quando todos fizeram suas escolhas, das “suas qualidades”, iniciar uma dinâmica de desapego. Aproveitando a dinâmica do tradicional amigo secreto, pedir que um de cada vez, entregue seu adjetivo a um colega que eles acreditem também possuir a mesma qualidade.
O trabalho se alonga um pouco, mas é gratificante. Ao final eles se dão conta de que a qualidade, que outrora, era especial apenas para eles, se encaixa e pertence ao coletivo. Somos “TODOS” seres dotados de qualidades, algumas acentuadas, outras que ainda tomarão forma. E é este todo que deve ser respeitado. Se eu sinto, desejo e quero, se eu tenho sonhos, o outro também os “tem”.
            Para finalizar, orientar para que eles colem os adjetivos no caderno e que escrevam pelo menos mais 10 adjetivos de um ser humano justo.

Sugestão de palavras: 

Quintos e Sextos anos

Após explanação do que se espera de uma pessoa justa, dividir a turma em equipes, e orientar para que a atividade seja realizada em 15 minutos.
Cada grupo deverá desenhar com o auxílio de um dos participantes o perfil de um ser (o estudante pode deitar sobre o papel e os demais fazerem o contorno), após recortado (tudo deve ser feito em conjunto), os mesmo devem decidir quais são as qualidades de um ser justo e escrever o máximo de qualidades dentro do desenho. A atividade se conclui, quando o desenho estiver colado na parede e os estudantes sentados.
Aqui não há premiação, pois não há certo ou errado. Apenas o trabalho em equipe e o pensar dos estudantes sobre este trabalho. 

RESULTADO:
PALAVRAS ESPALHADAS NO CHÃO

EQUIPE RECORTANDO O PERFIL

ATIVIDADE JÁ EM EXPOSIÇÃO 

 CONCLUSÃO:
           Ao final de todas as atividades se espera que o estudante tenha compreensão das qualidades que compreendem um ser justo, mas que principalmente, se encontrem dentro destas qualidades, percebam que eles podem fazer parte da chamada JUSTIÇA, sem permitir que ela se torne VINGANÇA.



Primeiros e segundos anos.



Terceiros anos até o Quinto



 
EXERCÍCIO 3


DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Proposta 1:

          Apresentar aos estudantes , a declaração universal dos direitos humanos. Fazer uma leitura em conjunto, tirando dúvidas sobre palavras que o significado não é de conhecimento dos mesmos. Como proposta final para o exercício a criação de uma animação com imagens produzidas pelos estudantes, partindo dos direitos humanos e a sociedade que eles vivem e convivem.
           Para que eles fiquem por dentro  da história de como foram criados os "direitos", eles assistiram o filme abaixo.


Em seguida, foi apresentado a Declaração:







Resultado : 
Imagem de algumas ilustrações que serão utilizadas na animação






Proposta 2:

                  Leitura em conjunto dos artigos da Declaração Universal dos direitos humanos. Durante a leitura, os estudantes devem selecionar, aleatoriamente palavras que se encaixam a questão abaixo: "Todas as pessoas tem direito..."
                    O professor deve deixar os  estudantes livres na escolha das palavras. Orientar no significados de palavras desconhecidas, mas não induzir escolhas.
        Fazer a leitura dos artigos em conjunto ou individualmente e selecionar palavras para compor os balões de diálogo abaixo.



RESULTADO



As palavras elencadas acima, foram transformadas em tema para histórias em quadrinhos, mas tarde "bem mas tarde" confeccionaremos um Gibi.





Proposta 3 :

           
          Após conhecer, estudar e ilustrar o primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz: " Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade" , traremos a tona a palavra FRATERNIDADE como exercício constante e diário em sala de aula e para marcar a ideia, pode-se como sugestão realizar a seguinte dinâmica.

RESULTADO





Dinâmica da FRATERNIDADE

Estudantes de mãos dadas de pé formando um círculo. Em silêncio ouvindo a música que segue no filme. Oriente para que se acalmem e percebam durante a respiração as batidas do coração. Após breve momento de interiorização, todos devem caminhar pela sala, e ao som de palmas procurar alguém para dar um grande abraço. Uma palma, um amigo, duas palmas, dois amigos e assim segue até cinco palmas, que é referência para um grupo de amigos. Espera-se que todos fiquem cheios de carinho fraternal, quando isto acontecer, entregue a metade de um coração, tome cuidado para cortar o coração ao meio com linhas diferentes uns dos outros, tendo como objetivo a caça pela metade do coração. Para finalizar, escrever o nome na metade do coração que está em posse e quando encontrar a outra metade com o colega, fazer a troca. Findando a atividade, já no caderno, ou no local que se costuma fazer o registro das aulas,  o professor, entrega um coração inteiro, onde deve ser escrito o nome dos colegas de sala por quem eles nutrem carinho e respeito.

Sugestão de música:


Sugestão de forma coração
RESULTADO



A admiração pelo colega de classe, raramente acontece de uma hora para outra, é parecido tempo para conquista e respeito do espaço de cada um. Pensando nisto, é que o exercício a seguir foi idealizado. O que é preciso para ser amigo? Quais as qualidades que alguém precisa ter para conquistar outra pessoa a ponto de se tornar amiga?
 
EXERCÍCIO: 
Desenhe uma bela árvore e escreva nela qualidades inerentes a um amigo.

As palavras escritas dentro da árvore, surgiram após conversa em sala sobre valores da amizade, os estudantes elencaram as qualidades, em conjunto, do que é necessário para ser um bom amigo.

 
ATIVIDADES EXTRAS

                     Em sala de aula sempre há aquele estudante que compreende rapidamente e termina as atividades com velocidade luz. Pensando neles, algumas atividades extras foram realizadas, também para respeitar o tempo dos demais estudantes, que necessitam mais de "tempo" para pensar.
 
 
1. DOMINÓ E JOGO DA MEMÓRIA
 
Foi confeccionado e disponibilizado para os estudantes, jogos da memória e dominós com tema “PALAVRAS MÁGICAS e DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS”.
O resultado pode ser visto no link abaixo:
 
 
 
 2.  VIRTUDES

Virtude é uma qualidade moral. Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o caminho do bem.

 
 
3. “BOAS MANEIRAS” são boas e todos gostam: PALAVRAS MÁGICAS.
Notem que são os mesmo desenhos utilizados no Jogo da memória e no dominó.

 
4.  LEIA COM ATENÇÃO O TEXTO, E RELATE UMA EXPERIÊNCIA SUA.
PREGOS NA CERCA
HAVIA UM GAROTO QUE TINHA MAU GÊNIO. SEU PAI LHE DEU UM SACO CHEIO DE PREGOS E LHE DISSE QUE CADA VEZ QUE PERDESSE A PACIÊNCIA, QUE BATESSE UM PREGO NA CERCA DOS FUNDOS DA CASA.
            NO PRIMEIRO DIA O GAROTO HAVIA PREGADO 37 PREGOS NA CERCA. PORÉM GRADATIVAMENTE O NÚMERO FOI DECRESCENDO. O GAROTINHO DESCOBRIU QUE ERA MAIS FÁCIL CONTROLAR SEU GÊNIO, DO QUE PREGAR PREGOS NA CERCA. FINALMENTE CHEGOU O DIA, NO QUAL O GAROTO NÃO PERDEU O CONTROLE SOBRE SEU GÊNIO. ELE CONTOU ISTO AO SEU PAI, QUE LHE SUGERIU QUE TIRASSE UM PREGO DA CERCA, POR CADA DIA QUE ELE FOSSE CAPAZ DE CONTROLAR SEU GÊNIO.OS DIAS FORAM PASSANDO, ATÉ QUE FINALMENTE O GAROTO PÔDE CONTAR AO SEU PAI, QUE NÃO HAVIA MAIS PREGOS A SEREM RETIRADOS.           O PAI PEGOU O GAROTO PELA MÃO E O LEVOU ATÉ A CERCA. E DISSE:
           - VOCÊ FEZ BEM GAROTO, MAS DÊ UMA OLHADA NA CERCA. ELE NUNCA MAIS SERÁ A MESMA. QUANDO VOCÊ DIZ COISAS IRADAS, ELAS DEIXAM UMA CICATRIZ COMO ESTAS. UMA FERIDA VERBAL É TÃO MÁ QUANTO UMA FÍSICA.


"AMIGOS" SÃO UMA JOIA RARA REALMENTE. ELES TE FAZEM SORRIR E O
 
ENCORAJAM A TER SUCESSO. ELES SEMPRE TE OUVEM, TEM UMA PALAVRA DE
 
 APOIO E SEMPRE QUEREM ABRIR SEU CORAÇÃO PARA VOCÊ. MANTENHA ISTO
 
 EM SUA MENTE, ANTES DE SE IRAR COM ALGUÉM.