sexta-feira, 14 de março de 2014

FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL: Tema RESPEITO

O tema deverá ter abordagens diferentes, de acordo com o entendimento de cada classe. Iniciar questionando os estudantes, isto de forma geral, o que eles compreendem por RESPEITO. Este diálogo, não deve ultrapassar o tempo de quinze minutos, pois tendem a perder o foco do discurso. Uma sugestão para que seja espontâneo, e levar um objeto para sala de aula, mas este deverá ser sempre o mesmo, e sempre que o colega estiver de posse do objeto, é este que tem a palavra. Pode-se aqui salientar que o respeito já pode ser utilizado em sala, ouvindo o que os colegas tem a dizer, assim como gostamos de ser ouvidos e tratados com respeito neste momento.
Após, num momento para que se possa transformar o pensamento em linguagem, partimos para o exercício. Sugiro aqui, para os primeiros e segundos anos, um ponto de interrogação (nosso símbolo para o questionar) dividido em três partes, o respeito a família, a escola, no mundo, onde eles podem expressar o que pensam sobre em cada fase na linguagem do desenho ou da escrita. Aqui já se vão mais 15 minutos.
No terceiro e quarto ano, a atividade  será um quebra cabeças, que deverá ser pintado com as cores primárias, vermelho, azul e amarelo. As cores primárias, “primeiras” assim como o Respeito , que é o assunto primeiro e deverá ser base para todos os demais temas. Após pintado e recortado, após conversa sobre o que eles pensam sobre o respeito, após ser debatido cada tema proposto no quebra cabeças eles podem montar o jogo nos cadernos. Apesar de aparentar uma atividade fácil, alguns irão ter  dificuldades em montar, aqui pode-se novamente aproveitar o momento para demonstrar como acontece algumas emoções diante da ausência de respeito, não PE fácil reconstruir o respeito depois que se quebra. Mas também não é impossível.
No quinto e no sexto ano, a parábola do Monge e do escorpião vem de encontro aos que deseja expor sobre o respeito. Inicia com uma leitura silenciosa, depois o diálogo que deve ser imprescindível em qualquer atividade aqui realizada, dependendo da turma, pode-se introduzir a história e o pensamento budista e logo após o recorte e a colagem da atividade.
Para finalizar, e aumentar o contato com o estudante, é interessante ouvir o que eles têm a dizer, quais histórias são reproduzidas, as situações e que possam expressar livremente suas opiniões.
Em anexo, as atividades propostas:
PRIMEIROS E SEGUNDOS:







            TERCEIROS E QUARTOS ANOS:









 
QUINTO E SEXTO ANO:

TEXTO:

O Monge e o escorpião

Um monge e os seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião a ser arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e pegou no bichinho com a mão.Quando o trazia para fora, o escorpião picou-o e, devido à dor, o monge deixou-o cair novamente no rio. Regressou à margem, apanhou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião com o ramo e salvou-o.Depois, juntou-se aos seus discípulos na estrada. Eles tinham assistido a tudo e estavam perplexos e penalizados. - Mestre, a picada deve estar a doer muito! Porque foi salvar aquele bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o procurava salvar! Não merecia a sua compaixão! O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu serenamente: Ele aconforme a sua natureza, e eu de acordo com a minha.”
Esta parábola nos faz refletir a forma de melhor compreender e aceitar as pessoas com que nos relacionamos. Não podemos e nem temos o direito de mudar o outro, mas podemos melhorar nossas próprias reações e atitudes, sabendo que cada um dá o que tem e o que pode. Devemos fazer a nossa parte com muito amor e respeito ao próximo. Cada qual conforme sua natureza, e não conforme a do outro.
AUTOR: DESCONHECIDO


DINÂMICA DE GRUPO

 “A BORBOLETA”
          Uma borboleta sem pintura é entregue para todos os alunos.Oriente para que pintem com suas cores preferidas, mas que enquanto realizem a atividade, pensem sobre a atividade que estão realizando, No inicio todas iguais, brancas, depois todas diferentes, já que cada um ao realizar a pintura coloca seu gosto pessoal, sua habilidade na mesma.Quando todas estiverem prontas, os estudantes a colam no quadro, na porta ou num cartaz, mas deve ser colocado todas no mesmo espaço, com indicação de “RESPEITO ÀS DIFERENÇAS”. Oriente para que eles olhem o “painel” e comentem sobre a experiência. Não esqueça de registrar, preciosidades saem das bocas de nossas crianças.

        Aqui, pode-se salientar sobre as semelhanças e diferenças existentes nas pessoas. No início, a borboleta branca, todos iguais, não importa quem somos, ou onde vivemos, quais as nossas concepções de vida, “somos iguais” em sentimentos, desejos, sonhos, somos bem “humanos” neste sentido. A borboleta pintada, uma alusão as nossas diferenças físicas, étnicas, políticas, de opinião, gostos,as  religiosas.
         A dinâmica pode ser aplicada em todas as séries do ensino fundamental. O assunto pode ser o mesmo, mas a abordagem, os exemplos podem ser diferentes. Aqui a diferença não pode ser medida somente pelo ano frequentado pelo estudante, mas pelo grau de entendimento de mundo que este apresenta.
modelo de borboleta

...aqui coladas no quadro...




Ao final, faça um texto coletivo, junte o relato dos alunos e construa um texto sobre o que foi apreendido. Será gratificante!



TEXTO COLETIVO

1:
Devemos ajudar o próximo.
Ajudar por gostar, não por querer algo em troca.
Quando alguém ajuda, muitas vezes parece estranho, as pessoas desconfiam, pois é costume ajudar e querer algo em troca.
Ajudar deve ser sem intenção, algo natural, e deve virar rotina.
QUARTO ANO MATUTINO - ESCOLA EMÍLIO DA SILVA




 2:

Rejeição existe.
Ela se esconde. Mas existe.
Rejeitamos as diferenças, sejam elas raciais, físicas.
Rejeitamos pessoas com síndromes que desconhecemos ou só por usar óculos.
O animal adulto por não ser mais fofo e pequeno.
Rejeitar, se confunde com não respeitar, principalmente quando se trata da criança ou do idoso.
Mas lembre: Quem rejeita, um dia pode ser rejeitado.
 QUINTO ANO VESPERTINO - ESCOLA EMÍLIO DA SILVA

CURTAS UTILIZADOS:





          São dois vídeos simples, que com discurso direcionado, pode trazer surpresas pra sala de aula. Utilizei o primeiro vídeo do terceiro ano em diante e o segundo com estudantes do primeiro e segundo ano. Os vídeos são distintos, porém se direcionam para o mesmo discurso, RESPEITO ao diferente, ou melhor, Respeito e não seja indiferente.
         O patinho feio, fez brotar lamentos em alguns pequenos, e conseguiram fazer ligações com situações vivenciadas por eles, como e exclusão por parte dos colegas, os risos que machucam quando se trata de um comportamento que não se encaixa com o grupo, dentre outros fatos que foram narrados e discutidos em quatro paredes em sala de aula. 
           Duas aulas após o filme, ouvi ainda a exclamação: " Não faça isso, você não aprendeu nada com o patinho, não é? Você provoca, eu fico triste, pense sobre isto" .
          O primeiro filme, o vírus da gentileza pegou realmente alguns alunos pela emoção, ..."até me sinto mais bondoso"...gesticulando e apontando para o coração, exclama um menino de terceiro ano. 
          O professor planeja a aula, mas é o aluno que direciona. Basta ouvir o que eles tem a nos dizer e aproveitar as falas para novos questionamentos. 


EXERCÍCIOS AVALIATIVOS QUE FORAM UTILIZADOS:
...PRIMEIROS E SEGUNDOS ANOS...

...TERCEIROS E QUARTOS...
...QUINTOS E SEXTOS ANOS...

PARA PENSAR

         Ouvir o que o estudantes tem a dizer é essencial. A fala pode vir por cores, desenhos e escrita. A FALA pode ser um pedido de SOCORRO. Alguns falaram, eu ouvi, e conversamos ali mesmo na sala, só eu e "ele", tem coisas que o grande grupo não precisa ouvir, e outras que sim pois pode servir como exemplo, isso se for da vontade do estudante dividir seus pensamentos.
       Observe os exercícios realizados nas imagens abaixo. Alguns não conseguiram conceber uma criança deficiente sem o braço, outros castigaram o menino valentão com o estereótipo do mal, colocando chifres, e alguns optaram por pintar o que mais gostaram, no caso, a violência. Conversando com eles em particular, eles justificam a escolha, muitas vezes de olhos baixos , pensando que a professora também usará de violência por suas respostas.
           E assim findo mais um projeto, se eles absorverem 5% do que foi dito e feito em sala, ainda estarei no lucro.




          A imagem mais pintada, ou seja, mais aceita, foi a da idosa, com um bolo nas mãos e duas crianças ao redor, um estudante disse que poderia ser além da vovó, da nona, da oma, uma professora. Percebo que a confiança aluno professor está estabelecida.